Educador parental: quem é esse profissional e qual a sua importância para as famílias e a sociedade

Especialistas falam sobre como esse educador pode ajudar os pais na difícil missão de educar os filhos

Por: Canguru News

“Ajudar pais a cuidarem e educarem seus filhos é uma forma de fortalecer o desenvolvimento da criança”, afirma a pesquisadora Elisa Altafim

Se antes a criação dos filhos era feita de forma intuitiva, hoje já é possível contar com a ajuda do educador parental nessa desafiadora tarefa de educar as crianças. O papel desse profissional é fundamental para orientar os pais a construir um vínculo saudável e duradouro com os filhos com base na confiança e no respeito mútuo.

 

Para Thaís Bento, educadora que fundou o SOS Educação em parceria com a mãe, Roberta Bento, a educação parental é algo essencial no mundo contemporâneo, pois facilita a vida dos pais e permite desenvolver os filhos de modo que atinjam seu potencial máximo. “Não tem como olhar para trás e ver como os avós fizeram quando eles eram crianças. Precisa mesmo de um educador parental pra conseguir ajudar essa família a orientar o filho, educar esse filho a ter um bom relacionamento de parceria com a escola, para que o filho atinja toda sua potencialidade”, destaca Thaís.

 

A mãe de Thaís, a educadora Roberta Bento, especialista na relação família-escola, complementa que pode ser muito positivo colocar a figura de um educador parental, que tenha uma visão mais ampla, na relação família-escola. “Ajudando os pais a se ajustarem de acordo com o contexto em que eles vivem, e vendo o que é possível fazer para tornar mais leve a relação da família e a relação da criança com os estudos, todo mundo sai ganhando com isso”, diz Roberta.

 

Para Jessyca Nascimento, especialista em psicologia de aprendizagem e gerente executiva do Vitae Brasil, que desenvolve soluções inovadoras nas áreas de educação, saúde e meio ambiente, a educação parental não se limita aos pais, mas deve ser ampliada para toda a comunidade, que de alguma forma impacta no processo educacional de uma criança. “Temos muitas histórias de sucesso de famílias que se viam apartadas do processo de aprendizagem dessas crianças e por meio de um diálogo, de um trabalho de corresponsabilidade, mas também de orientação, de como agir em relação à educação das crianças, se tornaram fortemente apoiadores do trabalho do professores e gestores escolares”, relara a gerente executiva.

Para Maria Beatriz Linhares, psicóloga, professora e pesquisadora do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da USP/Ribeirão Preto, quando falamos em criança, especialmente crianças de primeira infância, 0 a 6 anos, o alicerce desse micro sistema – a família – é muito importante.“E dentro do núcleo familiar, a questão da função parental é essencial para um desenvolvimento adaptativo, saudável”, diz a pesquisadora, que pontua a necessidade de apoio aos pais.“Esse é um papel essencial para que possam impactar em diferentes gerações. Quando a gente faz um investimento na função parental, na interação com essa criança, nas práticas educativas com essa criança, estamos fazendo um efeito multiplicador do ponto de vista da proteção no desenvolvimento de uma coletividade. Esse é o investimento mais sustentável que podemos fazer. Investir na criança e naquele que cuida da criança”, diz Maria Beatriz. 

Elisa Altafim, psicóloga, professora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Saúde Mental da Faculdade de Medicina da USP/Ribeirão Preto, lembra que a primeira infância é uma janela de oportunidades para o desenvolvimento da criança. E pais e cuidadores que exercem a função parental são o primeiro núcleo social da criança.“Quando a gente ajuda pais a cuidarem e educarem seus filhos, estamos também fortalecendo o desenvolvimento da criança”, diz Elisa. 

A psicopedagoga e escritora Isa Minatel ressalta que é preciso estudar para ser pai e mãe. “À medida que essas pessoas vão se conscientizando, se sensibilizando com esse assunto e disseminando informações, a gente vai mudando o mundo, ou, pelo menos, mudando o nosso mundo, nossa família, nossa prática, o mundo de quem está perto da gente, e isso faz muito diferença”, conclui a psicopedagoga.

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