Procuram-se bebês: USP convida mães e pais a participarem de estudo sobre primeiros anos de vida

Pesquisadores estão recrutando 500 bebês, de até 3 meses, para estudo que vai analisar fatores que influenciam no desenvolvimento cognitivo nos primeiros mil dias de vida

Por: Canguru News

Projeto Germina busca analisar fatores que interferem no desenvolvimento cognitivo das crianças, e facilitar a intervenção naquelas que não têm habilidades nessa área

Como saber se as crianças, logo nos primeiros anos de vida, terão boas habilidades executivas e de linguagem, como organização, planejamento e controle de impulsos? Encontrar maneiras de identificar esses aspectos é o objetivo do Projeto Germina, que irá acompanhar 500 bebês, de até três meses, durante três anos, para analisar fatores que influenciam no desenvolvimento cognitivo humano. O estudo busca entender como o ambiente, as relações sociais, a composição genética, a nutrição e o microbioma atuam no desenvolvimento cerebral, cognitivo e emocional. Sabe-se que os cuidados e estímulos que o bebê recebe nos primeiros anos de vida são determinantes para o seu desenvolvimento pleno, e têm impacto ao longo de toda a vida.

“As habilidades executivas são as responsáveis para que consigamos inibir impulsos, planejar e organizar nossas ações e predizem, ao longo da adolescência e vida adulta, saúde, educação e bem-estar mental”, explica o professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), Guilherme Vanoni Polanczyk, principal pesquisador do projeto, ao Jornal da USP (Universidade de São Paulo).

Ao detectar quais crianças não têm habilidades nessas áreas cognitivas, o projeto busca facilitar a implementação de intervenções precocemente para fazer com que desenvolvam essas competências. De acordo com o professor, as estratégias precoces têm o potencial de mudar a trajetória das crianças. “Se pudermos predizer essas habilidades importantes e melhorá-las, a criança com dificuldade terá um melhor aprendizado aos 7 ou 8 anos”, diz.  

Para os pais, a pesquisa pode ser uma oportunidade de acompanharem de perto a saúde das crianças, com especialistas à disposição, e de contribuir para a pesquisa científica brasileira.

Como participar

Podem participar da pesquisa mães e pais de 20 a 45 anos e bebês de até 3 meses de idade, nascidos com 37 semanas de gestação ou mais. ​Os participantes devem ter disponibilidade para visitar os centros de pesquisa na cidade de São Paulo em cinco momentos, ao longo dos primeiros três anos de vida do bebê, para realização dos exames e testes.

Nos encontros, os pesquisadores farão perguntas para os responsáveis sobre o ambiente e a família. O desenvolvimento do bebê será avaliado por meio de atividades lúdicas e apropriadas para a idade, além da realização de eletroencefalograma, exame que indica a atividade cerebral, e coleta de amostras de saliva e fezes do bebê. Polanczyk destaca que são procedimentos seguros, que não oferecem nenhum risco, e que os resultados serão informados para os pais, inclusive do sequenciamento genético, exame sofisticado e de alto custo. As famílias podem contar com reembolso relacionado ao transporte dentro da cidade de São Paulo para as visitas e também lanche, como informa o site do projeto.

O pesquisador explica que, se forem detectados atrasos, alterações genéticas e no microbioma, os pais serão informados e os especialistas da equipe estarão disponíveis para conversar com as famílias.

Projeto Germina

Germina é parte do programa 1kD (The First 1000 Days), financiado pela organização internacional Wellcome Leap, que envolve dez grupos de pesquisadores de todos os continentes com os mesmos objetivos científicos. Na USP, o projeto conta com a participação de 15 grupos de pesquisa de diferentes áreas do conhecimento, como genética, microbiologia, nutrição, fonoaudiologia, pediatria, psicologia, psiquiatria de crianças, neurociência do desenvolvimento, matemática e estatística. “Isso coloca o Brasil e a USP em uma posição de destaque neste campo. Pesquisadores renomados de várias partes do mundo nos dão a possibilidade de levar os dados nacionais e, ao mesmo tempo, de trazer para cá a experiência desses colaboradores”, afirma Polanczyk ao Jornal da USP. (Com informações do Jornal da USP)

Para saber mais e se inscrever no projeto, acesse projetogermina.com.br

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