Como desenvolver o potencial criativo de crianças e jovens

Segundo estudo da Universidade de Harvard, o pensamento criativo não é exclusivo de algumas pessoas, sendo possível treinar o cérebro de qualquer criança, em determinadas áreas, para estimular ideias originais

Por: Iolene Lima /Canguru News

A busca de soluções para um problema estimula o pensamento e a criatividade

A criatividade não é fruto de uma mágica. Muitos especialistas defendem que o processo para gerar novas ideias requer dedicação, tentativas, ajustes e estímulos contínuos. Outros ainda dizem que ser criativo requer não ter medo de errar e é necessário, muitas vezes, ser perseverante também.

Sabemos que desenvolver o potencial criativo dos alunos é um grande desafio para os educadores, que são os responsáveis por estimular e facilitar a criatividade em sala de aula. Mas, em casa isso também pode ser trabalhado, de forma que a escola e a família realizem um trabalho coletivo, a várias mãos, tendo em mente sempre o crescimento do estudante, daquela criança ou jovem.

A sala de aula é um ambiente em que o aluno tem a oportunidade de estar em contato com conteúdos diversos, e explorar esses assuntos fora da sala de aula permite que eles aprendam com a prática, com as experiências adquiridas no mundo em que vivem. Então, escolas e famílias devem explorar isso ao máximo, trabalhando juntas.

Sem se preocupar com a disciplina, estimular a criatividade é uma forma dos professores darem a chance de seus alunos irem atrás do conhecimento, de fazerem descobertas, de identificarem elementos fundamentais para se comprovar as teorias e os conteúdos escolares. Segundo pesquisa liderada por Roger Beaty, especialista em neurociência cognitiva pela Universidade Harvard, as pessoas que têm ideias originais em sua vida cotidiana possuem um cérebro diferente dos demais.

Essa pesquisa foi publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), em que Beaty identificou que o pensamento criativo ocorre sobretudo no interior de três redes neurais. Porém, o pesquisador também destaca que o pensamento criativo não é algo exclusivo em algumas pessoas, e que é possível treinar o cérebro em determinadas áreas para estimular ideias originais. Traduzindo: todos são modificáveis, podem aprender a serem mais criativos.

Sendo assim, a criatividade assume um papel muito importante na trajetória do aluno, já que ela aumenta o engajamento com os estudos, as chances de criar amizades mais sólidas ao longo da vida, ingressar no ensino superior e até a conquistar um bom emprego. Então, como podemos estimular a criatividade em nossas crianças e jovens? Seguem algumas dicas úteis:

 

1. Promova um ensino contextualizado

Uma boa sugestão de como estimular a criatividade na escola é promover um ensino que dialogue com o mundo. Isso é fundamental, pois quando se aprende sobre um assunto, debater sobre ele ajuda a fixar o conteúdo. O professor pode promover debates e comparações entre a matéria e tópicos do dia a dia dos alunos. A conexão promove as “pontes neurais” e facilita a compreensão do conhecimento.

2. Estimule o desenvolvimento de ideias

Uma forma importante para estimular o desenvolvimento de ideias é apresentar problemas para que os alunos ofereçam soluções inteligentes para eles.

Nesse aspecto, o professor pode apresentar algum assunto muito discutido atualmente e solicitar que a turma apresente soluções para o tema, como sustentabilidade, meio ambiente, energia etc.

Planeje o tempo para brincadeiras de imaginação e faz de conta diariamente. Pesquisadores dizem que estes tipos de brincadeiras incentivam a criatividade.

3. Promova a curiosidade
Promover a curiosidade é outra forma de estimular a criatividade na escola, pois por meio do pensamento crítico, os alunos refletem sobre determinado problema de modo a encontrar uma solução criativa para ele.

A curiosidade envolve a descoberta de alguma coisa, e isso estimula o pensamento para a busca de diversas soluções para um problema, até que se encontre a resposta certa. Um exemplo simples é a caixa da novidade. Colocar um objeto dentro da caixa e estimular a criança a imaginar e pensar o que pode ter ali dentro. Faça boas perguntas para obter boas respostas.

 

Lembrando que o diálogo é uma das ferramentas mais poderosas para estimular o pensamento crítico e a criatividade em sala de aula e fora dela (no caso das famílias). É bom sempre ressaltar que não é uma questão de quantidade de horas com a criança, mas de qualidade de tempo com elas.

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