Descubra a verdade por trás do leite materno: benefícios reais e mitos desmascarados

A pediatra Marcela Noronha fala sobre as vantagens da amamentação e crenças que não são comprovadas cientificamente

Por: Marcela Noronha | Canguru News

Está comprovado que o leite materno diminui as chances do bebê apresentar alergias na pele

Você já ouviu falar sobre os inúmeros benefícios do leite materno para o bebê, mas será que tudo que dizem é verdade? Descubra agora a realidade por trás da amamentação e surpreenda-se!

Listo aqui algumas das vantagens com comprovação científica da amamentação exclusiva para as crianças e as mamães:

  • O leite materno é o alimento mais completo e adequado para o seu bebê se você tem uma alimentação saudável e balanceada.
  • O leite materno ajuda a prevenir distúrbios gastrointestinais nos bebês nos primeiros dias de vida.
  • O leite materno, ofertado de forma exclusiva, diminui a chance de uma infecção no intestino chamada enterocolite, que pode acometer os bebês nos primeiros dias de vida.
  • O leite materno diminui a chance do bebê apresentar reações alérgicas na pele.
  • Amamentar diminui o risco da mãe desenvolver câncer de mama.
  • Amamentar ajuda o útero a retornar ao seu tamanho habitual mais rapidamente.
  • O incentivo à amamentação pode contribuir indiretamente para a preservação do meio ambiente, pois quando as mães amamentam seus filhos, elas não precisam recorrer a outros tipos de leite, incluindo o leite de vaca. Este último é produzido em larga escala pela indústria agropecuária e contribui para a produção de metano, um dos gases do efeito estufa que intensifica o aquecimento global e as mudanças climáticas.

Algumas vezes, exageram na dose sobre o que o leite materno realmente pode oferecer. Para esclarecer esse assunto, listo aqui algumas das crenças mais comuns e explico por que não são verdadeiras:

  • A amamentação ajuda a aumentar o vínculo mãe-bebê.

Embora muito divulgada pela mídia, não há nenhum estudo que prove que as mães que amamentam tenham um melhor vínculo com o seu bebê. O que há descrito é que o contato pele a pele na hora do nascimento realmente ajuda a melhorar o primeiro vínculo mãe-bebê e a promover a amamentação, pois as mães que tiveram a oportunidade desse momento tendem a amamentar mais seus filhos.

  • O leite materno contém substâncias que deixam a inteligência do seu bebê mais aguçada.

Realmente existe um estudo que “comprova” essa teoria, porém ele é falho e não levou em consideração que as mães que amamentaram tinham mais recursos socioeconômicos do que as que não amamentaram. Portanto, é esperado que essas crianças tenham sido mais estimuladas e recebido melhores oportunidades do que as que não foram amamentadas, o que pode ter influenciado nos resultados obtidos.

  • As crianças amamentadas têm menor risco de desenvolver doenças como diabetes, artrites, câncer, meningite, pneumonia, alergias e asma. 

Com os estudos que temos hoje, não há como afirmar que essa frase seja real, mas é possível que, no futuro, possamos provar que crianças amamentadas exclusivamente no seio materno apresentem menos essas doenças.

  • As crianças amamentadas exclusivamente no seio materno têm menos risco de desenvolver obesidade.

O que sabemos hoje é que pais com uma dieta equilibrada e dentro do peso tendem a ter filhos menos obesos, muito provavelmente porque ensinam pelo exemplo desde muito cedo.

Há alguns estudos demonstrando que as crianças amamentadas no seio materno realmente tendem a ser menos obesas. Um estudo de 2017 mostrou que as crianças amamentadas no primeiro mês de vida tinham 36% menos chance de desenvolver obesidade no futuro, e se amamentadas exclusivamente até os 6 meses apresentavam 42% menos chances. Outro estudo de 2015 mostra que crianças amamentadas têm 13% a mais de chance de não serem obesas em idades maiores comparadas àquelas não amamentadas.

  • As crianças amamentadas ficam menos doentes porque têm uma melhor imunidade. 

Embora o leite humano seja rico em imunoglobulinas, que ajudam a proteger o organismo de inúmeras doenças, os estudos mostram que as crianças amamentadas e as que usam fórmulas ficam doentes com a mesma frequência.

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