Escutar é um ato de coragem

Precisamos escutar mais. No entanto, escutar não é ouvir.

Por: Magda Gomes Dias | Escola da Parentalidade Positiva

Escutar significa perceber o que não é dito. Normalmente, oferecemos questões fracas e que, muitas vezes, não mostram genuíno interesse nem ajudam às crianças a formularem respostas ou outras maneiras de analisar a pergunta. Uma maneira eficaz de escutar é fazer perguntas que permitam ao outro refletir profundamente e descobrir possibilidades por conta própria.

É importante perceber que não precisamos, necessriamente, obter uma resposta imediata das crianças. Às vezes, quando a questão fica em seus pensamentos, estamos criando oportunidade para que uma semente de pensamento cresça e floresça.

Veja algumas dicas para se criar uma escuta ativa:

1. Existem pessoas que afirmam que é praticamente impossível não julgar ou interpretar algo. Concordo com essa perspectiva. No entanto, podemos acalmar nossos pensamentos e nos concentrar no que a pessoa à nossa frente está falando.

2. É essencial reservar um tempo em nossa agenda pessoal e deixar nossas ideias e percepções de lado, tentando enxergar o mundo sob a perspectiva do outro. 

3. Praticar a escuta ativida requer um interesse genuino, eliminando qualquer tipo de distração.

4. Demonstrar interesse é fundamental. Ao conversar com nossos filhos, podemos observar suas expressões e seus gestos engraçados. Seguir seu olhar é uma excelente técnica de nos desligarmos de nós mesmos e nos entregarmos à conversa.

5. Seja o mais empático possível. No entanto, é importante lembrar que ser empático não é concordar nem ceder.

6. Desenvolva a flexibilidade cognitiva. Para isso, devemos fazer boas perguntas que ajudem nossos filhos a considerar diferentes perspectivas. Lembre-se de que fazer boas perguntas é uma habilidade que pode ser aprimorada.

Resumidamente, escutar é um ato de coragem, pois envolve a habilidade de praticar uma escuta silenciosa, respeitando as preocupações, ansiedades e expectativas do outro, sem a necessidade de tentar salvá-lo, dar sugestões ou interferir. Embora seja desafiador, quando dominamos essa habilidade, ela se torna uma experiência mágica e serena.

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