Por que meu filho não dorme?

Pediatra, que é especialista em medicina do estilo de vida, fala sobre o que pode ser feito para garantir uma boa noite de sono

Por: Canguru News  

Práticas de higiene do sono podem ajudar crianças que têm dificuldade para dormir

O sono dos bebês e das crianças é um assunto que traz muitas dúvidas aos pais e mães, principalmente em relação à efetividade desse período de descanso e à quantidade de horas dormidas de maneira interrupta. Segundo a pediatra e especialista em medicina do estilo de vida, Flávia Oliveira, o sono tem suas particularidades em cada faixa etária e contribui diretamente para diversas áreas do desenvolvimento infantil, como a organização da memória, do aprendizado e das emoções.

“O sono tem o poder de sedimentar todo o conhecimento absorvido, na parte visual, auditiva, tátil e motora. Mas o principal desafio está em garantir a quantidade necessária de horas de sono e de que maneira esse período pode acontecer de forma contínua. Até o terceiro ou quarto mês de vida, o bebê não tem capacidade gástrica para se alimentar e manter a saciedade por muitas horas, então, é normal que acorde para suprir essa necessidade”, explica Flávia.

A pediatra destaca que com o passar do tempo, o sono do bebê vai ficando cada vez menos fragmentado e ele vai dormindo menos horas durante o dia. Perto dos dois anos, seu sono já fica mais parecido com o dos adultos, mas ainda assim, são necessárias mais horas de descanso.

Número de horas de sono necessárias para cada faixa etária (incluindo sonecas):

  • Bebê recém-nascido – 16 a 18 horas/dia
  • Dos 4 aos 12 meses – 12 a 16 horas/dia
  • 1 a 2 anos de idade – 11 a 12 horas/dia
  • 3 a 5 anos – 10 a 13 horas/dia
  • 6 a 12 anos – 10 a 11 horas/dia
  • Adolescentes – 9 a 11 horas/dia

Mas então por que meu filho não dorme?

Aos pais e mães que têm encontrado dificuldades para fazer seu filho dormir na hora certa ou na quantidade ideal para sua faixa etária, a médica esclarece alguns pontos referentes a cada etapa de desenvolvimento. Até os três meses de vida, por exemplo, ela explica que o bebê ainda não produz a melatonina, hormônio que contribui para a indução do sono.

“Nessa fase é imprescindível deixar o ambiente com a iluminação adequada: durante o dia, com bastante luz natural, e à noite, ir aos poucos diminuindo a luz artificial, bem como os barulhos, para que haja essa compreensão sobre os períodos. Quando o bebê começa a produzir a melatonina, o sono vai ficando mais organizado, sua capacidade gástrica vai aumentando e a grade das sonecas vai se estabelecendo. Se a partir dessa fase começar a dificuldade para dormir, algumas práticas de higiene do sono podem ajudar”, ressalta.

Sobre a prática de higiene do sono, a pediatra comenta que muitas vezes essas iniciativas podem estar em desequilíbrio ou mesmo não existirem. No entanto, são essenciais para resolver o desafio de uma noite de sono tranquila e reparadora, não apenas para as crianças, mas também para pais e mães, que acabam sendo impactados com a agitação e falta de sono dos pequenos.

“O sono começa no momento que se acorda, ele será um reflexo de tudo que foi feito durante o dia, experiências, pensamentos, atividades. Portanto, para que as crianças durmam bem, é preciso garantir a exposição diária à luz solar, a hidratação e alimentação adequadas, reduzir a exposição às telas e avaliar o ambiente onde se dorme. O quarto deve ser arejado, com pouca iluminação, e a cama ou o berço, devem ser usados apenas para dormir. Nada de colocar a criança de castigo, por exemplo, no berço, por conta de um comportamento inadequado, ou então, ela irá associar aquele espaço como algo ruim e de fato irá relutar para dormir”, alerta a especialista.

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