Coqueluche: aumento de casos em São Paulo preocupa; veja os sintomas

Altamente contagiosa, doença é transmitida por via respiratória; especialista destaca importância da vacinação para combater a infecção

Por: Canguru News  

Vacina conhecida como pentavalente deve ser dada aos 2, 4 e 6 meses de idade

O número de casos de coqueluche no estado de São Paulo chegou a 139, entre janeiro e o início de junho deste ano – um aumento de 768,7% se comparado ao mesmo período do ano passado, quando houve 16 registros, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde.

Causada pela bactéria Borderella pertussis, a coqueluche ou tosse comprida, como é popularmente conhecida, é uma doença infecciosa aguda transmitida por via respiratória e altamente contagiosa. Crianças com até um ano de idade são as mais afetadas, mas adultos e adolescentes também podem contrair a infecção, tendo sintomas mais leves que costuma passar despercebidos ou serem confundidos com outros problemas respiratórios.   

Os principais sintomas da coqueluche são:

  • tosse seca e prolongada
  • vômitos
  • febre
  • falta de ar (em alguns casos, pode levar à falta de oxigenação no sangue).

"Em estados mais críticos, a coqueluche pode causar pneumonia, convulsões, comprometimento do sistema nervoso central e até mesmo o óbito", explica Francisco Ivanildo de Oliveira, gerente médico e infectologista do Sabará Hospital Infantil.

O quadro da doença pode ser desenvolvido em três fases, segundo a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo:

 Fase catarralque

Dura até duas semanas, marcada por febre pouco intensa, mal-estar geral, coriza e tosse seca, sendo a fase mais infectante e com maior intensidade das crises de tosse.

 Fase paroxística

Dura de duas a seis semanas, e a febre se mantém baixa, com início das crises de tosse súbitas, rápidas e curtas, que podem comprometer a respiração.

 Fase de convalescença

Sintomas anteriores diminuem em frequência e intensidade, embora a tosse possa persistir por vários meses.

Transmissão

O clima ameno ou frio, como na primavera e no inverno, favorece o contágio da doença, visto que as pessoas passam mais tempo em ambientes fechados. Basta um contato com a tosse ou secreção da pessoa com a enfermidade para se infectar. A cada pessoa com a infecção, 17 casos secundários podem surgir. O potencial de transmissão é semelhante ao do sarampo e da varicela e muito maior do que o da covid-19, que gera em torno de três casos secundários a cada infecção.

Vacinação é a melhor forma de combate à coqueluche

Autoridades de saúde recordam que a vacinação é a melhor forma de prevenção contra a doença, e deve ser realizada nos primeiros meses de vida, aos 2, 4 e 6 meses de idade, com intervalo de 60 dias entre as doses. Ainda, dois reforços são indicados aos 15 meses e aos quatro anos.

A imunização - conhecida como pentavalente ou vacina tríplice bacteriana (DPT) - protege contra coqueluche, difteria e tétano, sendo distribuída gratuitamente pelo Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI). Segundo o Unicef, cerca de 1,6 milhão de crianças em todo o país não receberam as doses do imunizante entre 2019 e 2021.

Além das crianças, a vacina contra a coqueluche também está indicada para profissionais da saúde e para gestantes, a partir da 20ª semana de gestação, com a finalidade de proteger os recém-nascidos. "O aumento da doença está relacionado provavelmente à baixa adesão à vacinação em todos os grupos", explica o infectologista.

Francisco diz que o Hospital Sabará atua em parceria com os órgãos oficiais de saúde como uma unidade sentinela para detecção de casos de coqueluche. “Neste momento, não há um surto no estado, mas é preciso estar atento ao aumento de casos, que vem sendo verificado também em outros países”, ressalta.

O especialista aponta a importância da vacinação como estratégia de combate à doença. "Os pais devem levar seus filhos à UBS mais próxima para receber a vacina, que é gratuita, e evitar que a doença prolifere. Também é fundamental ampliar a vacinação entre as gestantes", explica.

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