7 alimentos que ajudam na memória e concentração das crianças

Dieta balanceada e consumo regular de determinados alimentos pode trazer vários benefícios à saúde dos pequenos

Por: Amanda Nunes Moraes /Canguru News

Grãos integrais e frutas oleaginosas podem ser muito benéficos para o organismo

Para as crianças, um prato colorido sempre é bem-vindo, pela diversidade de nutrientes que oferecem. No entanto, existem alguns alimentos que, além disso, trazem outros benefícios para a saúde, contribuindo para o fortalecimento de aspectos como a memória e a concentração. O consumo regular de abacate, salmão e vegetais verde-escuros, por exemplo, pode melhorar a atividade cerebral e a capacidade cognitiva dos pequenos. Já as frutas cítricas e o gergelim, além de serem saborosos, aumentam a resposta imunológica do corpo e ajudam a prevenir doenças.

Ricos em nutrientes e minerais, especialistas recomendam adicionar esses “alimentos superpoderosos” à rotina das crianças. Porém, é importante lembrar que eles devem sempre vir acompanhados de uma dieta bem balanceada.

Luteína, ômega 3 e vitaminas do complexo B são alguns dos nutrientes mais presentes nos alimentos benéficos para o cérebro. Segundo Marco Quintarelli, nutricionista especializado em nutrição integrada, que é voltada às necessidades do corpo e da mente, é preciso fugir dos alimentos processados e buscar os naturais. “A ingestão de ultraprocessados e excesso de doces e guloseimas ‘atacam’ o sistema nervoso, podendo piorar alguma sensibilidade ou comorbidade infantil”, afirma.

A seguir, conheça alguns alimentos superpoderosos para a memória e concentração.

1. Vegetais verde-escuros

Segundo o nutricionista Marco Quintarelli, todos os vegetais podem trazer diversos benefícios para as crianças, mas os de coloração verde-escura concentram substâncias ótimas para o sistema nervoso e a saúde cerebral. Entre elas, está a luteína, que reduz o déficit de atenção. Um estudo realizado na Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, revelou que as pessoas que mais consumiam luteína exibiam memória e raciocínio mais afiados. Isto é resultado do alto nível de antioxidante do composto, já que o estresse oxidativo pode gerar danos aos neurônios e perdas cognitivas. Os vegetais verdes também apresentam o ácido fólico, vitamina que aumenta a concentração e reduz o risco de demência. Brócolis, couve, rúcula e espinafre são alguns exemplos de alimentos verdes superpoderosos.

2. Sardinha e salmão

Já é conhecido que os peixes são ricos em uma substância muito benéfica para a memória: o ômega 3. Essa gordura, que faz parte das poli-insaturadas, está associada à conexão entre os neurônios, auxilia na produção de neurotransmissores e tem ação anti-inflamatória, o que contribui para a regeneração das células do cérebro. Também, diversas pesquisas apontam que os ácidos graxos poli-insaturados são eficazes no combate ao Alzheimer. Há muitas opções para escolher entre os peixes, mas Marco Quintarelli recomenda principalmente o salmão e a sardinha.

3. Abacate

De acordo com o nutrólogo Daniel Magnoni, alimentos ricos em vitaminas do complexo B podem ser muito benéficos para a memória. Além da luteína, o abacate apresenta uma boa concentração de ômega 3, vitaminas B6, B12, E e C, assim como selênio, colina e outros compostos essenciais para os neurônios. O fruto também contém gordura monoinsaturada, que é considerada uma “gordura boa”, pois protege as artérias, garantindo um ótimo fluxo sanguíneo para todo o corpo, incluindo o cérebro. De acordo com um estudo da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, este tipo de gordura apresenta uma ligação com o melhor funcionamento de uma área cerebral que desempenha um papel fundamental na concentração e no aprendizado.

4. Azeite de oliva

O azeite de oliva é outro alimento rico em gordura monoinsaturada e pode ser muito bom para a memória. Recomendado por Quintarelli, o azeite contém o oleocantal, que reduz o risco de Alzheimer, além de uma porção de antioxidantes. Nos Estados Unidos, a Universidade Temple conduziu um estudo realizado em animais que comprovou que o azeite de oliva impede a proliferação das placas beta-amiloides. Essas estruturas estão relacionadas à destruição e interrupção de comunicação entre os neurônios, chamadas de sinapses, que causam a doença que provoca o esquecimento.

5. Sementes de linhaça

A linhaça é outro entre os alimentos superpoderosos que apresenta o ômega 3 e gorduras monoinsaturadas, substâncias que ajudam a prevenir o déficit de atenção. A linhaça também é um grão integral que, segundo Quintarelli, é um alimento “amigo do cérebro”. Além de tudo, ajuda a melhorar o colesterol e a reduzir a pressão arterial. Também é uma ótima fonte de proteína vegetal, vitaminas e minerais, o que, para Daniel Magnoni, é muito benéfico para a memória.

6. Frutas oleaginosas

No geral, as frutas oleaginosas são repletas de vitamina E, selênio, gorduras boas e magnésio, importantes antioxidantes que reduzem os radicais livres. Elas também são fontes de ácido alfa linolênico e ácido elágico, que ajudam na saúde do cérebro. Além do mais, estudos revelam que o consumo de oleaginosas pode interferir nas ondas cerebrais envolvidas com a retenção de memória e aprendizado. Castanha-do-pará, pistache e castanha-de-caju são ótimos exemplos, mas Marco Quintarelli destaca ainda as nozes e as amêndoas.

7. Ovo

Excelente fonte de proteínas, os ovos são muito bons para a memória das crianças, de acordo com Daniel Magnoni. O alimento, assim como o abacate e os vegetais verde-escuros, possui luteína. A gema também é rica em colina, uma das vitaminas do complexo B, que é famosa por auxiliar na consolidação da memória. Em testes com animais, já foi comprovado que a falta de colina pode afetar o funcionamento interno de células no cérebro, interferindo na cognição. Além disso, os ovos apresentam outros nutrientes benéficos, como as vitaminas A, D, E, K, B1, B2 e B12, sem contar com o ácido fólico.

Alimentação afetiva

“Uma alimentação variada de frutas, legumes, verduras, proteínas, leites e derivados é sempre a melhor opção”, afirma o nutricionista Marco Quintarelli.

Diversos vegetais apresentam “superpoderes” para a saúde, porém, nem sempre fazem sucesso durante a infância. “É importante a criatividade na criação dos pratos das crianças. Uma ideia é misturar alimentos bem coloridos, porque a cor estimula. Também pode abusar dos temperos para dar mais sabor aos vegetais”, indica o nutrólogo Daniel Magnoni. 

Outra dica, segundo Quintarelli, é promover a “alimentação afetiva”, que traz um vínculo emocional entre o filho e a família. “Se positiva, a alimentação afetiva ajuda no desenvolvimento nutricional adequado e, se negativa, pode gerar problemas de saúde na vida do indivíduo”, acrescenta o nutricionista.

Esta alimentação pode ser trabalhada desde o aleitamento da criança. Após os primeiros seis meses de vida, Marco Quintarelli explica que os pais já podem introduzir uma alimentação complementar aos filhos. “Neste período é que se deve ter o maior cuidado e paciência para se introduzir uma alimentação saudável na vida de uma criança”, aponta.

Entretanto, nunca é tarde para mudar os hábitos e buscar uma boa nutrição. “Uma alimentação variada, reduzida em gorduras trans e sal é o que vamos ter de melhor para as crianças”, afirma Magnoni.

“A escolha dos alimentos deve ser bem planejada com todos os grupos alimentares, preferencialmente naturais, preparados para garantir texturas e valores nutritivos”, diz Quintarelli. Segundo o nutricionista, também é fundamental tomar bastante cuidado na higienização e preparação dos pratos para as crianças.

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