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86% das pessoas já sofreram bullying no ambiente familiar
Canguru News
Segundo estudo, críticas à aparência e “brincadeiras” são normalizadas e pouco debatidas

Pesquisa reforça importância de melhorar a comunicação dentro de casa
Críticas, provocações e comentários ofensivos fazem parte do cotidiano de muitas famílias, partindo de irmãos, tios, primos e até dos próprios pais. Segundo levantamento, 86% dos brasileiros já sofreram bullying no ambiente familiar, sendo a aparência o principal motivo das agressões. Os dados são de pesquisa de opinião realizada pela consultoria On The Go e encomendada pelo Boticário. Foram ouvidos 2 mil participantes de todas as regiões do país com o objetivo de entender as várias dimensões desse comportamento, visto muitas vezes como uma “brincadeira” e, por isso mesmo, pouco debatido pela sociedade, mas capaz de gerar sérias consequências emocionais.
O estudo mostra que o bullying entre familiares ocorre em contextos de convivência diária, para “fazer graça” ou quebrar o silêncio; em discussões e durante refeições ou conversas triviais.
De acordo com a análise, 23% das mulheres e 28% dos jovens de 18 a 24 anos são os mais sensíveis às situações desconfortáveis dentro da família, especialmente quando envolvem comentários negativos sobre corpo, peso, cabelo ou envelhecimento. Tais episódios impactam a autoestima: nove em cada dez entrevistados disseram que esse tipo de situação afeta a forma como se veem.
"As palavras, dentro das relações familiares, podem marcar profundamente quem amamos, e o afeto tem um papel essencial na construção de vínculos mais positivos", diz Carolina Carrasco, diretora de Branding e Comunicação do Boticário.
Para a On The Go, é essencial entender o fenômeno para transformar a forma como nos comunicamos. "A pesquisa reforça que conversas afetuosas têm um impacto muito significativo no bem-estar e na autoestima. Mesmo em situações do dia a dia, comentários que parecem simples podem ser interpretados de formas diferentes. A boa notícia é que existe abertura para mudança e disposição para construir relações mais positivas", afirma Ana Cavalcanti, diretora de Insights da On The Go.
Apenas 17% dos entrevistados disseram conversar sobre esses incômodos, embora a maior parte aprove ampliar a discussão sobre o tema de forma mais aberta e cuidadosa. Para 71% dos entrevistados, palavras positivas têm o poder de transformar relações. Quando perguntados sobre o que gostariam de ouvir de seus familiares, surgem respostas relacionadas a incentivo, acolhimento, respeito e afeto.
Conceito
O estudo definiu o bullying familiar como comentários ou atitudes recorrentes entre membros da mesma família que provoquem desconforto, constrangimento ou impacto emocional.



