COP 30: veja sugestões para abordar o tema ambiental na escola

Entre os dias 10 e 21 de novembro, acontece em Belém (PA) a COP-30, evento global que reúne líderes mundiais, cientistas e sociedade civil para discutir ações contra as mudanças climáticas. Nas escolas, o encontro promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU) pode ser um bom gancho para desenvolver atividades variadas de conscientização sobre a crise ambiental do planeta. 

"A realização da COP 30 no Brasil cria uma oportunidade para aproximar os alunos dos debates sobre mudanças climáticas", afirma Munir Abboud, professor de História, Filosofia, Sociologia e Atualidade da escola Anglo Alante Paulínia (SP). Ele ressalta a importância de abordar o tema de forma transversal, em diversas disciplinas, e articulado com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

"Por se tratar da 30ª conferência, abre-se espaço para refletir sobre a trajetória histórica das COPs: de onde se partiu, quais avanços foram obtidos, os desafios que permanecem e quais são os cenários futuros e seus impactos", complementa.

Como conversar sobre o tema nas diferentes etapas escolares

Segundo Munir, "a posição do Brasil nas relações internacionais e o papel do país nas negociações ambientais, o local da conferência e a cidade de Belém do Pará ganham destaque”. A floresta amazônica, com temas como desmatamento, exploração de recursos naturais e o papel dos povos originários nas discussões ambientais são aspectos que podem ser explorados em sala de aula.

Para os primeiros anos de ensino, vale introduzir o assunto com atividades lúdicas, com ênfase na relação dos pequenos com o meio ambiente e o clima, fortalecendo a capacidade de interpretação e imaginação.

"É fundamental que desde o início da vida escolar, as crianças sejam sensibilizadas sobre a importância de cuidar da natureza e do planeta”, relata Elaine Baptista, coordenadora pedagógica da Educação Infantil da unidade Anglo Alante Jundiaí (SP). Ela lembra que a BNCC aponta a necessidade da Educação Infantil oportunizar experiências que promovam a consciência ambiental, o respeito à diversidade e o engajamento com questões sociais e ecológicas.

Já nos anos finais do ensino fundamental, "o trabalho pode ocorrer por meio de projetos interdisciplinares”, propõe Munir. Por exemplo: relacionar geografia e ciências em atividades sobre recursos naturais e biodiversidade; discutir a evolução das conferências e a participação dos povos originários em história e sociologia; articular matemática e química em análises de dados sobre emissões de carbono ou poluição.

Eventos, projetos e estudos de caso para os maiores

No ensino médio, uma série de iniciativas podem ser realizadas para trabalhar o assunto. Entre elas, a promoção de seminários, análises de documentos oficiais da ONU, estudos de caso sobre políticas ambientais e simulações de negociações internacionais. Em diálogo com outras etapas de ensino, pode-se também organizar feiras de ciências e projetos de iniciação científica em que os estudantes investiguem impactos locais das mudanças climáticas, como enchentes, secas ou queimadas, relacionando-os às discussões da COP.

"A ideia do projeto é desenvolver o protagonismo estudantil, a colaboração e a expansão cultural dos nossos alunos, que juntos aprendem o respeito à pluralidade e se capacitam para serem cidadãos globais", explica Yan Luz, coordenador do Ensino Fundamental Anos Finais, Ensino Médio e Pré-Vestibular no Núcleo-SP.