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Dia Nacional da Adoção: especialistas falam sobre os desafios e dão conselhos a interessados

Canguru News

Crianças maiores, adolescentes, com deficiências e irmãos esperam mais tempo pela adoção

5 min de leitura

21 de maio de 2025

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Dia Nacional da Adoção: especialistas falam sobre os desafios e dão conselhos a interessados

4.794 crianças e adolescentes aguardam por adoção, segundo o SNA

O Dia Nacional da Adoção, celebrado em 25 de maio, visa conscientizar e provocar uma reflexão sobre a adoção de crianças e adolescentes no país. A data, criada em 2002, permitiu ampliar as discussões e as ações sobre o tema.

 

Segundo o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), atualmente, 4.794 crianças e adolescentes aguardam por adoção. No geral, os números indicam existir uma preferência por bebês e crianças brancas, em prejuízo daquelas que são pretas e pardas, as quais são maioria nos serviços de acolhimento. Ainda assim, dados recentes têm mostrado um aumento significativo da “adoção prioritária”, que engloba crianças maiores, com deficiência, adolescentes e grupos de irmãos.

 

Em 2023, foram realizadas 5032 adoções em todo o Brasil, representando 51% a mais que em 2019. Foram adotados 2395 grupos de irmãos (aumento de 126%). Para crianças e adolescentes com problemas de saúde, esse número chegou a 559, um aumento de 607%. Para os que tinham mais de 10 anos de idade, foram 556, representando 29,6% de adoções a mais, enquanto 109 foram de crianças e adolescentes com deficiência intelectual (808% a mais) e 48 com deficiência física (aumento de 700%).

 

"Os números são positivos. No entanto, em meio ao aumento do número dessas adoções, vemos ainda muita idealização romantização. É preciso falarmos cada vez mais do assunto, em todos os espaços, para trabalharmos efetivamente a quebra de tabus", afirma Jussara Marra, presidente da Associação Nacional de Grupos de Apoio à Adoção (Angaad).

 

O imediatismo por parte das famílias, que não querem aguardar muito tempo pela adoção, e a falta de estrutura e equipes técnicas especializadas para trabalho exclusivo na solução da situação de crianças e adolescentes acolhidos, são ainda outros aspectos que exigem melhora, pontua José Wilson de Souza, diretor financeiro e de relações institucionais da Angaad, .

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Números da adoção no Brasil:


4.794 crianças e adolescentes aguardam por adoção
52,6% são pardas
29,4% são brancas
16,4% são pretas

 

58% têm mais de 10 anos de idade ou são adolescentes
20% enfrentam alguma questão de saúde
49,72% pertencem a grupos de irmãos

 

Apoio emocional

O acompanhamento psicológico é fundamental para que futuros pais superem desafios emocionais e possam a criar vínculos saudáveis e duradouros com as crianças. Os psicólogos também podem ajudar os candidatos a avaliar suas motivações, expectativas, frustrações e capacidades para exercerem a parentalidade via adoção, destaca a psicóloga Mayra Aiello, membro da diretoria técnica de Angaad. Ela também reforça a necessidade de preparo para a chegada do filho ou da filha adotiva, para saber lidar com possíveis dificuldades comportamentais e criar um ambiente acolhedor e seguro.

 

Após a adoção ser finalizada, a psicóloga diz ser preciso cuidado para possíveis ajustes à nova dinâmica familiar, relacionados a conflitos e questões de identidade da criança e do adolescente adotivos.

 

Conselhos para interessados na adoção

Para aqueles interessados na adoção que buscam se preparar bem para o processo, Mayra listou abaixo alguns conselhos importantes.

 

Informe-se nos órgãos oficiais sobre o Processo Judicial de Adoção.

Procure o fórum/comarca da região em que mora, para obter informações práticas sobre a entrada no processo de habilitação à adoção. Entenda as diferentes etapas do processo de adoção, os requisitos legais, as expectativas e os prazos envolvidos.

 

Participe de Grupos de Apoio à Adoção.

Também é válido ir a eventos e reuniões educativas, informativas e reflexivas. Conheça outras pessoas que estão passando pelo mesmo processo, compartilhe experiências e procure rodas de conversa, que ajudam a diminuir a solidão e a construir uma rede de apoio.

 

Prepare-se emocionalmente.

A adoção é um processo intenso, que exige habilidade para lidar com sentimentos como ansiedade, expectativa, medo e alegria. Considere buscar apoio emocional para lidar com motivações, expectativas e lutos anteriores. Busque capacitar-se em letramentos que envolvem questões raciais, culturais e de cuidados com portadores de deficiência, crianças e adolescentes de várias faixas etárias e grupos de irmãos, entre outras questões que poderão estar presentes na ampliação da família.

 

Conheça as necessidades da criança e do adolescente adotivos.

Eduque-se sobre as necessidades emocionais, físicas e sociais das crianças e dos adolescentes que estão aptos à adoção. Isso inclui entender possíveis marcas e traumas, histórias de vida e questões específicas que eles podem enfrentar.

 

Também é importante entender que a adoção não é um ato de caridade; envolver a família estendida, amigos e colegas de trabalho; e confiar no processo e na equipe técnica judiciária. “Dependendo do perfil escolhido, pode levar mais ou menos tempo para seu filho ou sua filha chegar. Saiba que, na hora certa, ele ou ela estará em seus braços e que o apoio no pré e pós-adoção é fundamental para a construção dessa parentalidade e da relação afetiva”, conclui a psicóloga.

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