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O que fazer se a criança coloca um objeto na boca, no ouvido ou até no nariz

Canguru News

Otorrinolaringologista alerta para riscos de tentar remover o corpo estranho em casa

4 min de leitura

21 de outubro de 2025

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O que fazer se a criança coloca um objeto na boca, no ouvido ou até no nariz

Brinquedos para bebês devem ter peças grandes; diante do ocorrido, busca por atendimento médico tem de ser imediata

Crianças pequenas costumam levar brinquedos à boca, deixando os pais ou responsáveis apreensivos devido ao risco de engasgo. A introdução de objetos no nariz ou ouvido também é comum e pode exigir atendimento médico imediato, como explica Raquel Rodrigues, otorrinolaringologista do Hospital de Olhos de Pernambuco (Hope. "As crianças pequenas estão descobrindo o mundo. Muitas ainda estão na fase oral e tendem a colocar tudo na boca. Depois, passam a descobrir o nariz, o ouvido, e é natural que queiram explorar. Elas não fazem isso por maldade nem para chamar atenção — é pura curiosidade, e por não terem noção do risco, acabam se machucando", afirma.


 

Segundo a especialista, os corpos estranhos podem ser inanimados (como brinquedos, pedaços de esponja, bolinhas de papel, miçangas, pilhas de relógio ou grãos de feijão e milho) ou animados (como insetos e carrapatos, mais comuns em adultos). "Entre as crianças, os objetos inanimados são os mais frequentes. A gente vê de tudo: pedaços de brinquedo, tic-tacs, miçangas e até espuma de colchão. Já os insetos aparecem mais em adultos, geralmente por exposição — quem dorme ao ar livre, por exemplo, pode ocorrer de um inseto entrar no ouvido."


 

Os sintomas variam de acordo com o local. Quando o corpo estranho está no ouvido, pode causar dor, incômodo, coceira ou zumbido. "Se for um inseto, a dor é imediata, porque ele se mexe e arranha o canal auditivo. A criança chora, aponta para o ouvido, fica inquieta. Já com objetos pequenos, às vezes não há dor, e o problema só é percebido no banho, quando o adulto nota algo diferente", comenta a otorrinolaringologista.


 

A médica enfatiza ainda um ponto importante: a postura dos pais e cuidadores diante dessas situações. "É essencial explicar à criança que ela não deve colocar nada no ouvido, no nariz ou na boca. Às vezes a família acha graça e acaba reforçando o comportamento, e isso pode aumentar o risco de que o acidente se repita", alerta Raquel.


 

No caso do nariz, os sinais são mais específicos: "Em poucas horas, o nariz começa a produzir secreção com cheiro muito ruim — sempre de um lado só. Quando há coriza fétida unilateral, a primeira suspeita deve ser de corpo estranho, não sinusite", relata a médica.


 

Diante de uma situação assim, nada de tentar resolver em casa. "Jamais tente tirar o objeto sozinho. Isso pode empurrá-lo ainda mais fundo, causar ferimentos e, no caso do nariz, até provocar engasgo ou broncoaspiração, quando o objeto vai parar no pulmão."


 

Ela orienta que, em casos de insetos no ouvido, uma medida simples pode ajudar até chegar à emergência: "Pode pingar um pouquinho de azeite ou óleo mineral. Isso paralisa o inseto e alivia o incômodo, mas ainda assim é indispensável procurar o otorrino o quanto antes."


 

Os riscos de manipulação indevida são altos. "Já vimos casos de perfuração da membrana timpânica e até desarticulação da cadeia ossicular, estruturas essenciais para a audição. Tudo por conta de tentativas de remoção feitas por pessoas não habilitadas ou com instrumentos inadequados", reforça.

 

 

A especialista lembra ainda que todos os casos de corpo estranho são considerados urgências otorrinolaringológicas. "Não é algo para deixar para depois. Mesmo quando parece simples, deve ser avaliado por um profissional. Às vezes é preciso sedar a criança para garantir uma remoção segura e sem dor."



Pilhas

Um ponto de atenção especial é quando o objeto é uma pilha de relógio. "A pilha estoura rapidamente, liberando substâncias químicas que podem perfurar o septo nasal em pouco tempo. Nesses casos, cada minuto conta. É preciso correr para a emergência", enfatiza a otorrinolaringologista.



A retirada

O procedimento de remoção, quando feito corretamente, costuma ser rápido e tranquilo. "A maioria dos pacientes se surpreende. Eles dizem: 'Já acabou?'. Em poucos segundos resolvemos, porque temos o instrumental e a técnica adequada", conta a médica.


 

Medidas de prevenção
A resposta está na vigilância constante. "Os pequenos são muito rápidos. Então, o ideal é que objetos pequenos, como botões, pilhas, miçangas e peças de brinquedo, fiquem fora do alcance. É importante também estar atento durante as refeições, para que a criança não coloque grãos de feijão, milho ou arroz no nariz ou ouvido", orienta a especialista.


 

Para Raquel, é fundamental manter a calma. "A atenção precisa ser triplicada nessa fase de descobertas. E, se acontecer, não entre em pânico — mas procure ajuda médica imediatamente. O olhar atento e o cuidado dos adultos fazem toda a diferença para evitar acidentes e preservar a saúde dos pequenos", finaliza a médica.

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