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Segurança online: 4 equívocos que fazem os filhos correrem riscos
Canguru News
Falar sobre privacidade e riscos da internet é essencial para uma navegação segura

Crianças e adolescentes precisam de suporte e orientação no mundo digital, destaca especialista
Cyberbullying, divulgação de informações pessoais e exposição a conteúdos inadequados são alguns dos riscos que envolvem crianças e adolescentes na internet. Segundo Pesquisa Anual Global de Segurança Online, da Microsoft, realizada em 2024 com 14.800 adolescentes, pais e outros adultos em 15 países, 66% dos entrevistados afirmaram já ter vivenciado um risco no universo virtual no último ano. E para se livrar dele, 74% bloqueiam contas, enquanto 66% decidem conversar com adultos, o que mostra a importância da conscientização e do diálogo de pais e responsáveis para garantir a proteção desse público no ambiente digital.
"Ensinar crianças e adolescentes sobre segurança online é importante para capacitá-los a navegar de forma responsável e prudente na internet. Ao fornecer-lhes as habilidades e os conhecimentos necessários para proteger sua privacidade, identificar riscos e comportar-se de maneira ética, estamos ajudando a construir uma geração de usuários digitais conscientes", comenta Henrique Nóbrega, diretor fundador da Ctrl+Play, rede de ensino de tecnologia e inovação.
O especialista destaca abaixo cinco equívocos comuns de educar sobre segurança online, e orienta o que seria ideal. Confira:
1. Não conscientizar sobre os riscos
Não ter uma conversa aberta sobre segurança na internet pode ser prejudicial, pois dessa forma os jovens não têm noção dos riscos que podem enfrentar, como cyberbullying, fraudes, assédio, abuso, ameaças de violência e uso indevido de dados pessoais. É preciso começar a educação sobre segurança falando sobre esses perigos, pois a conscientização é o ponto de partida para que eles saibam identificar os problemas para agir e se proteger durante a navegação.
2. Não ressaltar a importância da privacidade
Não instruir os jovens sobre a importância de manter a privacidade online pode trazer consequências graves. Crianças e adolescentes devem ser orientados a ajustar as configurações de privacidade nas redes sociais, evitar a divulgação de fotos para desconhecidos e ficar atentos a tentativas de phishing (prática que visa roubar informações pessoais, como senhas e dados de cartões de crédito), entre outras fraudes. Também é válido orientar sobre a necessidade de manter em sigilo dados pessoais sensíveis, que revelam aspectos íntimos ou delicados da vida de uma pessoa ‒ como a origem racial ou étnica, convicções religiosas e opiniões políticas ‒ que, se usados indevidamente, podem gerar discriminação ou violação de direitos fundamentais. Explicar as consequências, como a utilização indevida dessas informações, facilita entender os motivos do cuidado.
3. Não acompanhar a criação de senhas
Senhas fracas e utilizadas em diferentes conteúdos podem se tornar um perigo ao abrir margem para ação de hackers, que se aproveitam de seu conhecimento em tecnologia para agir de forma má intencionada. E caso os pais não tenham acesso às senhas, isso pode prejudicar o monitoramento em cenários mais graves. Crianças e adolescentes têm de ser aconselhados a criar opções robustas e exclusivas de senhas, adotar a autenticação em duas etapas e identificar e denunciar atividades suspeitas. O ideal, portanto, é que um responsável tenha acesso e controle das contas, não para proibir, mas sim para monitorar.
4. Evitar diálogo aberto
Pais que não conversam com seus filhos podem estar fechando portas para uma relação de confiança, fazendo com que o jovem sofra em silêncio. É crucial manter uma comunicação franca e regular com sobre segurança na internet. Vale criar um espaço de acolhimento, se mostrar disponível para oferecer orientação e incentivar os jovens a compartilhar com os responsáveis as suas experiências, dúvidas e preocupações.
"Pais, educadores e outros adultos de confiança desempenham um papel vital ao fornecer orientação e suporte aos jovens durante sua jornada no mundo digital, que tem muitos lados positivos a oferecer", finaliza o diretor da Ctrl+Play.