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5 dicas para promover uma educação antirracista e a diversidade cultural

Canguru News

Sugestões buscam valorizar as culturas indígenas e negras, e ajudar a combater o racismo

5 min de leitura

04 de junho de 2025

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5 dicas para promover uma educação antirracista e a diversidade cultural

Escolas devem prever ações sobre as culturas e histórias dos povos indígenas e afrodescendentes nos currículos

O racismo permanece enraizado em nossa sociedade, influenciando a linguagem, o imaginário, a literatura e até mesmo as conversas cotidianas. Nesse contexto, é fundamental que crianças, adolescentes e jovens aprendam a respeitar e a valorizar a diversidade da nossa sociedade, principalmente em relação às questões raciais.

“O enfrentamento ao racismo é de responsabilidade de todos: estados, empresas e cidadãos, sejam eles brancos, indígenas, pardos e pretos”, afirma a coordenadora da Qualidade Social da Educação do Marista Brasil, Raimunda Caldas.

A instituição faz parte da Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (CNODS), lançada pelo governo federal durante a abertura da Assembleia Geral da ONU, no final do ano passado, para estimular a implementação no país da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Além dos 17 objetivos previstos na ação global da Agenda ‒ que abrangem áreas como saúde, educação e igualdade de gênero ‒ o Brasil instituiu o ODS 18, como uma iniciativa voluntária para colocar o enfrentamento às discriminações étnico-raciais no centro dos esforços para o desenvolvimento sustentável.

“O ODS 18 é uma iniciativa de suma importância para o enfrentamento do racismo no país e para a promoção de uma sociedade mais justa e igualitária, no que tange a busca por meios concretos para diminuir as desigualdades sociais”, destaca a coordenadora.

Famílias e escolas têm papel crucial nesse sentido, ao abordar a temática e promover atividades que auxiliem na valorização das culturas dos povos indígenas e negros, e no enfrentamento ao racismo. A seguir, veja cinco dicas para tratar do tema com crianças, adolescentes e jovens.

1. Explique que o racismo é estrutural

“Ninguém nasce odiando a outra pessoa pela cor da sua pele, pela sua origem ou ainda pela sua religião. Assim como as pessoas aprendem a odiar, elas também podem ser ensinadas a amar. É preciso amar a todos igualmente”, explica José Aderlan Brandão Nascimento, coordenador de Identidade, Missão e Vocação da União Marista do Brasil.

Os pais, responsáveis e educadores precisam contar às crianças histórias de um país formado não apenas por brancos, mas também por negros e indígenas. É necessário promover diálogos sobre questões como a escravização dos povos africanos e indígenas no passado.

2. Valorização das diferenças

A cultura brasileira é múltipla e diversa, sendo formada por pessoas africanas, indígenas, europeias e asiáticas. É preciso falar sobre essa miscigenação e sobre como cada etnia contribuiu para a formação de uma cultura diversa.

Raimunda explica que é possível mostrar a pluralidade de diferentes maneiras, como por exemplo: levar filhos e filhas para conhecerem um museu das culturas indígenas e da cultura afro-brasileira na sua cidade. E, na ocasião, não perder a oportunidade de refletir sobre como ainda é preciso valorizar e reconhecer essas culturas, que estão presentes nas músicas, na culinária e principalmente na língua brasileira.

3. Reconhecer a dívida histórica

Além da sociedade e das instituições, o Estado tem um papel crucial na redução das desigualdades raciais que, infelizmente, ainda crescem no nosso país. O pedido de desculpas pela escravidão e seus efeitos, feito pelo Brasil para a população negra em 2024, representa um passo simbólico importante. No entanto, esse gesto precisa se traduzir na implementação efetiva de políticas públicas que enfrentem as desigualdades sociais entre brancos, negros e indígenas, ressalta Raimunda.

4. Leituras e releituras do mundo

É importante ensinar crianças, adolescentes e jovens a observar a sociedade com um olhar crítico e questionador. Durante um passeio pela cidade, por exemplo, convide-os a refletir sobre os monumentos e os nomes de ruas e praças. Questione quem são os heróis do Brasil ali retratados ‒ quantos são brancos, negros, indígenas, mulheres, homens e europeus? Que valores ou narrativas essas figuras estão simbolizando?

Leiam juntos notícias e livros, assistam a filmes e séries e façam perguntas que incentivem a reflexão: quem está sendo representado? Quem tem maior representação: brancos, indígenas, amarelos, negros? Incentive a leitura de obras com diversidade e representatividade, fale de discriminação e sempre se posicione contra o racismo. Além disso, a literatura é uma ferramenta essencial para abordar as diferenças e fortalecer uma visão de mundo inclusiva e multicultural, como exemplo da obra “O Pequeno Príncipe Preto”, de Rodrigo França.

5. Parceria escola-família

Dados de uma pesquisa realizada em 2023 pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica, Instituto de Referência Negra Peregum e Projeto SETA (Sistema de Educação por uma Transformação Antirracista) revelam que o ambiente escolar foi o local apontado por 64% dos brasileiros entre 16 e 24 anos como o lugar onde mais sofrem racismo. Por isso, o diálogo entre família e escola é fundamental. Essas interações podem proporcionar experiências diversas e enriquecedoras para as crianças, permitindo que as diferenças sejam valorizadas como potências, e não vistas como dificuldade.

“As escolas têm um papel fundamental para atingirmos a meta de número 8b do ODS 18, que aponta que as escolas devem assegurar a inclusão obrigatória de ações de educação antirracista e sobre as culturas e histórias dos povos indígenas e afrodescendentes nos currículos”, afirma Raimunda.

Ao longo dos anos, o Estado também vem buscando assegurar que as práticas educativas sejam cada vez mais inclusivas. A Lei 10.639/2003, que tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira na educação básica; a Lei 11.645/2008, que alterou a principal lei da educação; e a Lei de Diretrizes e Base da Educação Brasileira, que tornou obrigatório o ensino de história e cultura dos povos afro-brasileiro e indígenas, representam marcos importantes que incidem diretamente na atuação da escola frente a luta e enfrentamento ao racismo no país.

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